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Dia 06 de Maio de 2010

De Los Arcos a Logroño

Distância: 30,71Km

Distância percorrida até hoje: 171,87Km

Tempo gasto: 7:30h

Temperatura na saída: +- 0ºC

Peregrinação

SANTIAGO DE COMPOSTELA

NOSSAS ORAÇÕES DE HOJE FORAM

PRINCIPALMENTE PARA

8° Dia

Aline, Henrique, Thais, Luana, Lucca, Aída, Luiz, Pablo, Ivan e Vera e família, especialmente os nossos afilhados Felipe (batismo) e ivana e Eduardo (casamento), Colegas de escola da Socorro (Maria José, Miriam, Salma, Heloisa, Jacira, Glória, Regina, Iosilda, Clara, Graca, Beth, Luiza, Wilma, Consuelo, Heliana, Sonia e, desculpe-nos se faltou alguém), Simone, Didier e família, Ana Maria e família, Aparecida e família, Vinícius e família, grupo Lilás e todos os familiares, Bernardo e Vanilda e família, Sérgio e Cidinha e família.

Trilhas em barro e pedras no meio de trigais e vinhedos. De um lado o trigo (pão corpo de Cristo) do outro a uva (vinho sangue de Cristo).

Muito frio, chuva fina e o vento constante. Um vento que nos faz pensar se não seria o sopro de Deus. Os trigais balançam, como se bailassem em círculos, para lá e para cá. Em tudo sentimos a presença de Deus. Os peregrinos, muitos mesmo, seguem silenciosamente como se fizessem fila, pois não é possível, na maioria das vezes, ultrapassar nas trilhas devido à quantidade de barro. Não se houve uma voz de reclamação, de assombro, de desespero. Todos seguem o caminho com paciência e muitos, como nós, em oração.

Hoje rezamos quatro terços. Não é muito. O espírito do caminho é de agradecimento, de gracas e oração.

Passamos por pueblos muito antigos, sáculo XII a século XIV, em geral. Igrejas e casa belíssimas. Todas de pedras. Ruínas romanas, pessoas simpáticas, cheias de boa fé e muito silêncio.

Torres del Rio, com bonita fonte, bar, armazém. Igreja do Santo Sepulcro, século XII, planta ortogonal de origem hispano-árabe. Por sua forma se relaciona com os cavaleiros templários. Pagamos 1 Euro para entrar, mas valeu. Tiramos uma foto do teto, com a máquina no chao: original.

Viana, linda, histórica, passado medieval. Palácios, casa antigas em suas vielas. Cidade Jacobea do sáculo XIV. Vimos a igreja de Santa Maria. Sáculo XV i XVI, onde está enterrado César Borgia, morto na cidade em 1507.

Finalmente Logroño. 30Km. Quantas dores, quanto desejo de um bom banho e descanso. Barro até a cintura, botas pesadas, calça rasgada (Socorro) do joelho para baixo. Duas calças, quatro agasalhos, gorro, chapéu, luvas, cachecol, tudo encharcado de suor e de chuva. Em um cero momento, para não cair, Edson apoiou em uma planta e sangrou bastante a mão com os espinho que havia. Mas nada desesperador. O espírito do caminho é esse. Estamos para o que der e vier. O importante é chegar. Enfim, sublima-se a dor.

"los kilómetros no pesan, lo que pesa es no poder andar"

Logroño é especial. Logo na chegada, a filha de Felícia, (uma famosa anciã que até os 96 anos de vida, quando faleceu, recebia a todos os peregrinos que chegavam na cidade com biscoitos e alegria) carimbou o nosso passaporte de peregrino e nos deu as boas vindas. Mas ainda faltavam 3 Km. Ô luta para chegar.

Logroño conserva o patrimônio da época Jacobea, mas tem de tudo. Povo lindo, bem vestido, cidade impecável. Mas de 100 mil habitantes. Tudo fechado até às 17 horas em obediência à siesta. Cidade vazia. Após isto, agito total.

Muitas dores:

nas costas de nós dois

Joelho direito e pé esquerdo da Socorro

bracos dos dois, por firmar muito o bastão.

Mas nada porém que um bom banho e um descanso não cure. De manha será um novo dia: tudo recomeça...

Tem sido muito confortável os emails que temos recebido. Agradecemos a todos e pedimos que rezem por nós, pois precisamos de forcas espirituais para seguirmos em frente.

Participamos da missa das 20 horas na igreja de Santa Maria del Palacio, sáculo XI e XII. Acordei de madrugada e fiquei triste com o fato ocorrido na nossa chegada à cidade. Em uma linda ponte sobre o Rio, bem na entrada de Logroño, a casa de recepção ao peregrino informava que não havia mais lugar nos albergues. Uma grande procissão de peregrinos chegava, após 30Km de frio, chuva lama e cansaço, e eles não sabiam onde dormiriam. E nós, com hotel (onde as estrelas eram somente nós mesmos) teríamos cama, água quente e cobertor. Dei graças a Deus e pedi que todos tivessem encontrado algum lugar. Logo ontem que percorremos uns tantos quilômetros com oito brasileiros, que iriam dormir em algum albergue.

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