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Dia 12 de Maio de 2010

De Burgos a Castrojeriz

Distância: 41,46Km

Distância até hoje: 342,60Km

Tempo gasto: 10:30h

Temperatura na saída: 4ºC

Peregrinação

SANTIAGO DE COMPOSTELA

NOSSAS ORAÇÕES DE HOJE FORAM

PRINCIPALMENTE PARA

14° Dia

Aline, Henrique, Thais, Luana, Lucca, Aída, Luiz, Pablo, alma da Rita (quatro anos de falecimento), pela Mariana e Augusto, pelo sucesso da missa de entrega do 41º ECC da Boa Viagem, pelos leigos da paróquia da Boa Viagem, em especial ao Toledo, Raimundo (sacristão) e Zuleica, e pela Salma e família.

Saímos de Burgos com uma temperatura de 4ºC. Frio, chuva fina e escuro. Logo que deixamos o hotel nos assustamos com a quantidade de peregrinos que cruzamos. Centenas deles. Apesar do escuro do tempo dava para perceber as nacionalidades. Caminhamos alguns quilômetros dentro da cidade, passando pela Universidade de Burgos (que é imensa) até pegar o caminho de terra, bem lamacento. Passamos por diversas pontes e, em uma delas, nos lembramos do Henrique, nosso filho, que quando criança adorava caçar caranguejos. Nessa ponte havia um aviso que se podia pescar caranguejos. É interessante dizer que em todos os rios que atravessamos vê-se o fundo do rio. Tudo transparente, sem lixo, sem garrafa pet, como estamos acostumados a ver. Costumamos ver os peixes nadando nas águas dos rios.

Subimos vários quilômetros a partir de Rabé de la Calzada até chegarmos à altitude de 940m. Em seguida descemos até Hormillos del Camino. Seguimos em direção a Hontanas, subindo novamente, com chuva e sol, bastante frio e lama.

Hoje a saudade dos nossos três filhos bateu bem forte. Das meninas lembramos o tempo todo quando vemos as flores e paisagens. Dos netos nos lembramos muito quando vemos os parques (com brinquedos diferentes e sempre disponíveis, pois é muito difícil se ver uma criança na rua).

As igrejas continuam em todos os cenários: grandes, de pedras claras, dominando as paisagens.

Cada vez nos impressionamos mais com a limpeza dos pueblos e cidades. Eta beleza!

Suamos para chegar a Hontanas. Subidas muito fortes, muitas pedras e barro (sempre o barro). Andamos muitos quilômetros em uma mezeta (platô), muito lindo, cheia de trigais, mas bastante cansativo. Todos os peregrinos em silencio, talvez em oração.

Hontanas é linda. Cidade medieval, totalmente conservada: parece que está pronta para ser cenário de um filme de época, de tão perfeita. Eram três da tarde quando chegamos. Resolvemos pedir um menu del peregrino para matar a fome lá mesmo, pois quando chegássemos a Castrojeriz já não haveria almoço. (Após às 15:30h todos os restaurantes fecham as portas). Dividimos um prato para não enchermos muito o estômago, pois caminharíamos ainda cerca de 10Km para chegar ao nosso destino e completaríamos a nossa meta de 41Km. Foi ótimo, pois recobramos as forças para nos arrastar até o hotel, que não chegava nunca.

O caminho final foi belíssimo. Árvores de um lado e de outro do caminho, que desta vez era de asfalto, formando túneis, com chuva o tempo todo.

Há três quilômetros da cidade de Castrojeriz nos deparamos com as ruínas do Convento de San Antón (século XIV), que foi destruído por um incêndio, e que hoje se transformou, na parte que restou, em um albergue de peregrinos.

Ao longe, logo depois, vimos a Colegiatta de Santa Maria del Manzano (século XII), com as suas quatro naves, toda em pedra, linda, enorme, majestosa. Ao fundo a igreja de São João Batista, século XIV, no mesmo estilo.

Chegamos ao hotel às 18 horas, desta vez destruídos pelo cansaço e dores. Tomamos banho e fizemos o mesmo procedimento ritual diário (lavar as roupas, torcer nas toalhas e colocar para secar, e fomos ceñar (almoçar, na verdade), às 19:30h. Como o hotel não dispunha de internet e não encontramos forças para procurar algum local na cidade, fomos dormir.

Apesar do cansaço, felizes por termos conseguido completar os mais de 41 km, que ainda repetiremos mais quatro vezes neste Caminho.

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